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Olá amiga(o) ,
Fui professora dos projetos "Estímulo À Leitura",
"Tempo Integral" e a favor da leitura lúdica,
afinal, quer momento mais marcante que a fantasia da vida?
Portanto, será um prazer receber sua visita em mais um blog destinado a educação.
Nele pretendo postar comentários e apreciações de materiais didáticos de Língua Portuguesa, além de outros assuntos pertinentes, experiências em sala de aula, enfocando a interdisciplinaridade e tudo que for de bom para nossos alunos.
Se você leu, experimentou, constatou a praticidade de algum material e deseja compartilhar comigo,
esteja à vontade para entrar em contato.
Terei satisfação em divulgar juntamente com seu blog, ou se você não tiver um, este espaço estará disponível dentro de seu contexto.
Naturalmente, assim estaremos contribuindo com as(os) colegas que vêm em busca de sugestões práticas.
Estarei atenta quanto aos direitos autorais e se por ventura falhar em algo, por favor me avise para que eu repare os devidos créditos.
Caso queira levar alguma publicação para seu blog, não se
esqueça de citar o "Linguagem" como fonte.
Você, blogueira sabe tanto quanto eu, que é uma satisfação ver o "nosso cantinho" sendo útil e nada mais marcante que
receber um elogio...
Venha conferir,
seja bem-vinda(o)
e que Deus nos abençoe.
Krika.
30/06/2009

Linguagem social...

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Comemoração

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JUNHO 2019
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sexta-feira, junho 28, 2013

Formigas> Formigueiros > Estímulos literários > 28/06/13


Ao mesmo tempo em que desenvolvem a capacidade de fantasia infantil, as histórias ensinam importantes instruções de vida, favorecendo o poder de discernimento da criança e despertando-lhe coragem para trilhar seu caminho no mundo, consciente da possibilidade e importância de lutar por valores comportamentais positivos.

Formigas são bonitinhas apenas nas historinhas, não acham?
Mas, enfim, elas agradam o público infantil , e por esta razão as professoras do ensino infantil adoram cutucar formigueiros...
Encontrei estas aí...
Aproveitem!


As abelhas e as formigas aqui:






A formiga e a pomba



Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água.
Para alcançá-la, devia descer por uma folha de grama.
 Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da correnteza.
Uma pomba, pousada numa árvore próxima, viu a formiga em perigo.
Rapidamente, arrancou uma folha da árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, que pode subir nela e flutuar até a margem.
Logo que alcançou a terra, a formiga viu um caçador de pássaros, que se escondia atrás duma árvore, com uma rede nas mãos.
Vendo que a pomba corria perigo, correu até o caçador e mordeu-lhe o calcanhar.
A dor fez o caçador largar a rede e a pomba fugiu para um ramo mais alto.
De lá, ela arrulhou para a formiga:
- Obrigada, querida amiga.
"Uma boa ação se paga com outra."






Formigas trabalhadoras
Conhecendo a vida de insetos
Que bicho é este?
O que não pode faltar na pré-escolaPlano de aula
E os bichos? Será que têm profissões?



Objetivos
- Conhecer a rotina de um formigueiro e sua organização social.
- Promover o contato com o procedimento científico por meio da pesquisa e da observação.



Conteúdo
Formigas: organização e divisão de tarefas.



Tempo estimado
Um mês.



Material necessário
Livros, jornais, revistas, fotografias, ilustrações e DVDs sobre formigas, agenda, três potes com tampas furadas com agulhas e duas mangueiras plásticas transparentes, algodão, água, açúcar, um formigueiro pequeno, folhas e flores.



Desenvolvimento
1ª etapa
Visite um jardim para que os pequenos observem as formigas e contem o que sabem sobre elas. Outra opção é levar algumas para a sala, em potes com terra e tampas furadas (para permitir que os animais respirem). Com base no que for dito, levante outras questões sobre a rotina desses animais. Use a agenda para registrar, a partir de então, as observações dos pequenos.



2ª etapa
Reorganize o formigueiro: com as mangueiras, conecte os potes entre si, em linha reta. No do centro, ponha o formigueiro. Reserve o da esquerda para as folhas e flores. Deixe o último vazio, pois será nele que as formigas vão depositar o lixo da colônia e as que morrerem. Proponha que as crianças pesquisem se as formigas realmente comem açúcar e onde conseguem os alimentos. Partindo das respostas delas, coloque o algodão umedecido com água e açúcar no pote da esquerda, junto com as folhas e as flores, que devem ser substituídas por novas semanalmente para não mofar.



3ª etapa
Ainda com os materiais ao alcance de todos, ajude a turma a organizar as informações reunidas até o momento. Peça que as crianças ditem para você textos sobre as descobertas e selecionem imagens a fim de organizar cartazes para expor na sala. Anote tudo na agenda, inclusive os comentários das crianças sobre o formigueiro.



4ª etapa
Conte a história A Cigarra e a Formiga. Converse sobre a divisão dos trabalhos apresentados no conto e estimule a turma a comparar com as informações pesquisadas: a rainha é a responsável pela reprodução, os soldados pela defesa da colônia e as operárias pela limpeza e busca de alimentos. Todas as formigas têm o mesmo trabalho da representada no conto?



5ª etapa
Organize uma visita a um centro de estudos sobre formigas para observar formigueiros maiores, de diferentes espécies, conversar com biólogos e aprender detalhes sobre o trabalho dos insetos sociais.



6ª etapa
Revise o conteúdo anotado na agenda para organizar outros cartazes. Se ainda existirem questões sem respostas, prossiga a pesquisa.



Avaliação
Avalie os conhecimentos que as crianças tinham a respeito do assunto antes e o que sabem agora, relendo as anotações da agenda e analisando a colaboração de cada uma na organização dos cartazes. Elas devem saber as funções ocupadas pelas formigas e as diferenças entre as apresentadas em livros infantis e as reais. E têm de ser capazes de comparar as operárias, os soldados e a rainha com a sociedade humana, ressaltando diferenças e semelhanças.



Vida das formigas



Quase sempre, quando observamos formigas, elas estão andando em fila, uma atrás da outra, em uma organização de dar inveja. E quando elas entram no formigueiro, como fica?
Se você também já teve essa curiosidade, saiba que não é o único.
Cientistas da Universidade de Lausanne, na Suíça, decidiram investigar exatamente isso!
Com a ajuda de microchips instalados nos insetos, eles descobriram que, no interior do formigueiro, as formigas deixam de lado as filas e se organizam em grupos de acordo com a idade.
Para entender como as formigas se comportam, cientistas prenderam chips com códigos em cada uma delas para ajudar a definir seus movimentos dentro do formigueiro.
O estudo foi realizado com exemplares da espécie Camponatus fellah e identificou três grupos.
As formigas mais jovens são as responsáveis por cuidar da rainha e dos filhotes – por isso ficam mais tempo no interior do formigueiro.
Mais maduras, passam para o papel de limpadoras e, quando mais velhas, adotam a função de sair em busca de alimento.
Agora, não vá pensando que as formigas têm alguém para dar ordens e controlar todo o trabalho. “Elas se organizam sem um controle hierárquico”, conta a bióloga Danielle Mersch, que participou do estudo.
“Nem a rainha nem qualquer outra formiga fala para as outras o que é preciso fazer”.
Os cientistas observaram também que, dependendo de sua função, as formigas ocupavam um espaço diferente no formigueiro.
As formigas que cuidam da rainha ficam mais no interior do ninho, enquanto as que saem em busca de alimentos se localizam próximo à saída ou nas bordas do formigueiro.
Já as limpadoras circulam em volta do lixo e outras áreas.
Essa localização influencia a interação entre os insetos.
 “Imagine que você é uma formiga: algumas vezes você vai interagir com formigas de outros grupos, mas, justamente por que você fica em um determinado canto do formigueiro, você vai interagir mais e trocar mais informações com as formigas que estão no mesmo lugar que você”, explica Danielle.

Em foco a vida das formigas
Conhecer as características das formigas;
■ Descobrir a importância das formigas para o meio ambiente;
■ Confeccionar trabalhos artísticos e artesanais sobre o tema formigas;
■ Assistir filme sobre o tema;
■ Fazer dobraduras;
■ Ouvir histórias infantis sobre formigas.
■ Perceber o modo de organização das formigas;
■ Construir um formigueiro;
■ Explorar a linguagem das fábulas;
■ Trabalhar com texto de instrução


  



Vejam aqui um estudo geral da história : A cigarra e as formigas
Projeto bem formigueiro...



 



Sminlinguido Histórias de formigas - Vídeos



Livro - As Formigas-Ruivas



Livro - As Formigas-Ruivas



Certa vez, Monteiro Lobato admitiu que nem mesmo ele, pai da personagem Emília, conseguia dominá-la, tamanho era o seu senso de independência. De fato, em várias passagens de Reinações de Narizinho, quem mais reina é a boneca de pano ¿ como no episódio As formigas-ruivas, que agora vira livro publicado pela Globinho.
Na história, Narizinho coloca Emília para secar ao sol e, enquanto faz companhia para a boneca, fica observando as formigas indo e vindo em direção ao formigueiro, sempre parando para conversar umas com as outras quando se encontram no caminho. Emília revela a Narizinho que entende tudo o que as formigas falam e isso basta para as duas darem início a uma nova aventura.
O livro As formigas-ruivas faz parte da nova Coleção Pirlimpimpim, concebida como porta de entrada para as novas gerações ao universo literário de Monteiro Lobato. Essa coleção reúne histórias curtas, pinçadas do texto original do autor, e é indicada para leitores que estão começando a ler e querem estabelecer um primeiro contato as histórias do Sítio do Picapau Amarelo.



As formigas ruivas
Trecho do livro Reinações de Narizinho
Monteiro Lobato



Só depois de comer o peixe frito é que Narizinho se lembrou da pobre boneca, encharcada pelo banho no rio.
— A coitada!... É bem capaz de apanhar pneumonia...
E foi correndo cuidar dela. Despiu-a e pô-la num lugar de bastante sol. Dum lado estendeu suas roupinhas molhadas e do outro, a pobre Emília nua em pêlo. E já ia retirar-se quando a boneca fez cara de choro.
— Eu aqui não fico sozinha!...
— Por que, sua enjoada? Tem medo que o leitão venha espiar esses cambitos magros?
— Espiar não é nada, mas ele é capaz de me comer. Tia Nastácia diz que Rabicó devora tudo o que encontra.
— Nesse caso, penduro você na árvore.
— Isso também não! — protestou Emília. — Alguma vespa pode me ferrar.
— Boba! Não sabe que vespa não ferra pano?
— Mas se eu cair com o vento?
— Grande coisa! Boneca de pano quando cai não se machuca. Eu é que não posso ficar neste sol tirano à espera de que a excelentíssima senhora condessa de
Três Estrelinhas seque! Quem mandou molhar-se?
— Mal agradecida! Se não fosse a minha molhadela você não comia a traíra.
— Está pensando que era uma grande coisa a tal traíra? Só espinho...
— É, mas você comeu-a com espinho e tudo. e até lambeu os beiços.
— Lábios, aliás. Beiço é de boi. Comi porque quis, sabe? Não tenho que dar satisfações a ninguém, ahn! — e Narizinho pôs-lhe a língua.
Emburraram ambas. Narizinho, porém, ficou, porque lá no íntimo estava com receio de deixar a boneca sozinha.
Fazia um sol quente e parado. Nas árvores, um ou outro tico-tico só; e no chão, só formiguinhas ruivas.
Para matar o tempo a menina pôs-se a observar o corre-corre delas, esquecendo a briga com a boneca.
— Já reparou, Emília, como as formigas conversam? Que pena a gente não entender o que dizem...
— A gente é modo de dizer — replicou Emília — porque eu entendo muito bem o que dizem.
— Sério, Emília?
— Sério, sim, Narizinho. Entendo muito bem e, se você ficar aqui comigo, contarei todas as historinhas que elas conversam. Repare. Vem vindo aquela de lá e esta de cá. Assim que se encontrarem, vão parar e conversar.
Dito e feito. As formiguinhas encontraram-se, pararam e começaram a trocar sinais de entendimento.
— Fiquei na mesma! — disse a menina.
— Pois eu entendi tudo, — declarou a boneca. -A que veio de lá disse:
“Encontrou o cadáver do grilinho verde”? A que veio de cá respondeu: “Não”! A de lá: “Pois volte e procure perto daquela pedra onde mora o besouro manco.”
Esta formiga que dá ordens deve ser alguma dona-de-casa lá do formigueiro.
E repare seus modos de mandona; está sempre a entrar e sair do buraquinho, como quem dirige um serviço. A outra com certeza é uma simples carregadeira.
Havia de ser isso mesmo, porque logo depois chegou uma terceira, muito apressada, que cochichou com a mandona e lá se foi mais apressada ainda.
— Que é que disse esta? — perguntou Narizinho.
— Disse que haviam descoberto uma bela minhoca perto da porteira, mas que precisavam de ajutório para conduzi-la.
— Emília, você esta me bobeando! — exclamou a menina desconfiada.
Vou ver, e se não for verdade você me paga. Espere aí...
E disparou em direção da porteira. Procura que procura, logo achou em certo ponto uma pobre minhoca corcoveando com várias formiguinhas ferradas no seu lombo.
Teve vontade de libertar a prisioneira, mas a curiosidade de ver o que aconteceria foi maior — e deixou a triste minhoca entregue ao seu trágico destino.
Novas formiguinhas foram chegando, que de um bote — zás!... ferravam a minhoca sem dó. Não demorou muito e já eram mais de vinte. A minhoca bem que espinoteou; por fim, exausta, foi moleando o corpo até que morreu bem morrida. As formiguinhas então principiaram a arrastá-la para o formigueiro.
Que custo! A minhoca era das mais gordas, pesando umas sete arrobas — arrobinhas de formiga, e além disso ia enganchando pelo caminho em quanto pedregulho ou capim havia; mas as carregadeiras sabiam dar volta a todos os embaraços.
Depois de meia hora de trabalheira deram com a minhoca na boca do formigueiro. Aí, nova atrapalhação. Por mais que experimentassem, não houve jeito de recolhê-la inteira.
Nisto apareceu a formiga mandona.
 Examinou o caso e deu ordem para que a picassem em vários roletes.
Aquilo foi zás-trás! Em três tempos fez-se o serviço e os roletes de carne foram levados para dentro.
— Sim, senhora! — exclamou a menina depois de terminada a festa. — É o que se pode chamar um trabalho limpo! O demo queira ser minhoca neste pomar...
— Bem feito! — disse Emília. — Quem a mandou ser abelhuda? Se estivesse com as outras lá dentro da terra, que é o lugar das minhocas, nada lhe aconteceria. Macaco que muito mexe quer chumbo, como diz tia Nastácia.
Isso, foi de dia. De noite a história das formigas continuou. Narizinho e Emília dormiam juntas na mesma cama. A rede armada entre pés de cadeira fora abandonada desde que a boneca aprendeu a falar.
Dormiam juntas para conversar até que o sono viesse.
— Mas, Emília, como é que você entende a linguagem das formigas? — perguntou Narizinho logo que se deitou.
A boneca refletiu um bocado e respondeu:
— Entendo porque sou de pano.
Narizinho deu uma gargalhada.
— Isso não é resposta duma senhora inteligente. O meu vestido também é de pano e não entende coisa nenhuma.
A boneca pensou outra vez.
— Então é porque sou de macela — disse.
Nova risada de Narizinho.
— Isso Também não é resposta. Este travesseiro é de macela e entende as formigas tanto quanto eu.
— Então... então... engasgou Emília, com o dedinho na testa. Então não sei.
Era a primeira vez que Emília se embaraçava numa resposta. Primeira e última. Nunca mais houve pergunta que a atrapalhasse.
— Pois se não sabe, durma — disse a menina, virando-se para a parede.
Dormiram ambas.
Altas horas, estavam no mais gostoso do sono quando bateram — toc, toc, toc...
— Quem é? — perguntou Narizinho sentando-se na cama.
— Sou eu, Rabicó! — grunhiu o leitão entreabrindo a porta com o focinho.
— Está aqui uma senhora ruiva que quer entrar.
— Pois que entre! — ordenou a menina. Rabicó escancarou a porta para dar passagem a uma formiga ruiva, de saiote vermelho e avental de renda. Trazia na cabeça uma salva de prata, coberta com guardanapo de papel.
— Que é que deseja? — indagou a menina cheia de curiosidade.
— Quero entregar à senhora Condessa este presente mandado pela rainha das formigas.
— Condessa? — repetiu Narizinho franzindo a testa. – Que condessa, minha senhora?
— Condessa de Três Estrelinhas — explicou a formiga.
— Hum! — fez a menina, lembrando-se de que ela mesma havia “condessado” a boneca.
Voltou-se para Emília e deu-lhe uma cotovelada.
— Acorde, pedra! É com Vossa Excelência o negócio.
Emília sentou-se na cama. Espreguiçou-se, tonta de sono. E julgando que ainda estivessem a conversar sobre a linguagem das formigas, disse, num bocejo:
— Então é... é porque sou...
— Não se trata mais disso, idiota! Está aí à procura duma tal condessa a criada duma tal rainha. Vamos! Acorde duma vez!
Só então Emília acordou de verdade. Viu a formiga com a salva e espichou os braços para receber o presente. Eram croquetes, lindos croquetes tostadinhos.
A boneca sorriu de gosto e orgulho. A rainha só se lembrara dela!
— Diga a Sua Majestade que a condessa de Três Estrelinhas muito agradece o presente. Diga que os croquetes estão lindos e que ela é uma grande cozinheira. Narizinho disparou a rir gostosamente.
— Que idéia, condessa! Uma rainha lá pode ser cozinheira?
Caindo em si, Emília viu que tinha cometido uma coisa muito grave entre as pessoas de alta sociedade, chamada “gafe”. E procurou corrigir-se.
— Isto é... diga que a cozinheira dela é muito boa, entendeu? E diga também que os croquetes estão muito gostosos, isto é... devem estar muito gostosos. Pode ir.
A criada fez um cumprimento de cabeça antes de retirar-se, mas foi detida por um gesto da menina.
— Não vá ainda — disse ela. E voltando-se para a Emília: — Presente, senhora condessa, paga-se com presente. Mande à tal rainha uma perna daquele pernilongo que queimei com a vela antes de deitar.
— É verdade! — exclamou a boneca. — Não me custa nada e ela vai ficar contentíssima.
E pôs-se de gatinhas a procurar o pernilongo assado. Achou-o, tirou-lhe uma perninha, enfeitou-a com um laço de fita e, depois de embrulhá-la em papel de seda, colocou-a na salva, com um cartão que dizia assim:
“À Sua Majestade a Rainha da Cintura Fina, a humilde criada Condessa de Três Estrelinhas oferece este humilde presente.”
— Leve este presente à rainha, sim? E você, para distrair-se pelo caminho vá comendo este mocotó de pernilongo – concluiu Emília, dando à criada um cambito de inseto.
A mensageira agradeceu, retirando-se muito satisfeita da vida, com a salva na cabeça e o mocotó no ferrão.
Emília fechou a porta e veio examinar os croquetes. Cheirou-os.
— Hum! Estão de fazer vir água à boca. Quer provar um, Narizinho?
A menina torceu o nariz desdenhosamente.
— Deus me livre! Juro que é croquete de minhoca.
Percebendo que ela falava assim por despeito, a boneca disse, para moê-la:
— Quem desdenha quer comprar...
— Só? Engraçadinha!... replicou a menina com um grande ar de pouco caso.
E vendo a boneca morder um dos croquetes, com os maiores exageros do mundo, como se aquilo fosse um manjar do céu, fez muxoxo de nojo.
—— Está boa mesmo para casar com Rabicó! Comer croquete de minhoca!
— Que seja de minhoca, que tem isso? — retrucou Emília. Tanto faz carne de minhoca como de porco, vaca ou frango — tudo é carne. E muito me admira que uma senhora que comeu ontem no jantar tripa de porco, mostre essa cara de nojo por causa dum simples croquete de minhoca.
— Alto lá, senhora condessa Minhoqueira! Porco é porco e minhoca é minhoca.
— É “por isso mesmo” que eu como minhoca e não como porco! — replicou a boneca vitoriosa. — Não sou porcalhona.
A discussão foi por aí além. Enquanto isso o senhor Rabicó farejou os croquetes, chegou-se de mansinho e, vendo-as distraídas com a disputa, comeu-os todos de uma engolida só. Terminada a discussão, quando a boneca, espichou o braço a fim de pegar um segundo croquete...
— Que é dos croquetes? — gritou ela.
Nem sinal! Emília esperneou de ódio, ao passo que Narizinho batia palmas de contentamento.
— Bem feito! Estava muito ganjenta, não é? Pois tome!
— Quero os meus croquetes! Quero os meus croquetes! — berrava Emília, batendo o pé num grande desespero.
— Se quer os seus croquetes, peça contas a quem os tirou.
— Quem foi?
— Quem mais se não Rabicó? Vai ver que está aqui pelo quarto, escondido debaixo da cama.
Emília deu busca e logo descobriu o ladrão num canto, ressonando de papo cheio.
— Espere que te curo! — gritou ela, passando a mão na vassoura. E pá! pá! pá!... desceu a lenha no lombo do gatuno, enquanto Narizinho se rebolava na cama de tanto rir, pensando consigo: “Se antes de casar é assim, imagine-se depois!”
Isso porque ela andava alimentando o projeto de casar Emília com Rabicó.   http://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2010/08/reinacoesdenarizinho.pdf





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