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Krika.
30/06/2009

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terça-feira, fevereiro 28, 2012

Helena Kolody> Pioneira haicaísta no Brasil> 28/02/12


Helena Kolody: Pioneira do haicai

por José Marins



Helena Kolody (1912-2004), a consagrada poetisa do Paraná, inaugurou em 1941 a série de mulheres haicaístas do país.
Dona de uma enorme coleção de adjetivos-virtudes, palavras-emblemas, atribuídos a ela pelo povo paranaense, Helena deixou uma obra, que na qualidade lembra outra grande poeta: Cecília Meirelles.
O amor que ela conquistou pelos poemas, pelos livros, juntou-se à lira de sua poesia feita de canções à vida, da solidariedade, da natureza e a inquietude da condição humana.
Pode-se brincar dizendo que as letras iniciais do nome da poeta, HK, são as mesmas de quando se grafa hai-kai, como ela o fazia.

Primeiros Haicais

Em 1941 Helena Kolody, com 29 anos de idade, publicava seu primeiro livro, Paisagem Interior,1 com 45 poemas.
Entre os quais três eram haicais e, no meio destes, o mais popular da autora:

Arco-íris
Arco-íris no céu.
Está sorrindo o menino
Que há pouco chorou.
Os outros dois:

Prisão
Puseste a gaiola
Suspensa dum ramo em flor,
Num dia de sol.

Felicidade
Os olhos do amado
Esqueceram-se nos teus,
Perdidos em sonho.

Era a primeira vez que uma mulher publicava haicais no Brasil.
A segunda foi Rosemary de Barros em 1947, na Revista ASSA, do Centro Acadêmico da Universidade Católica de São Paulo, que segundo Masuda:2 "...divulgou cinco haicais, fortemente influenciados por Guilherme de Almeida".
E, a terceira, Fanny Luíza Dupré, em 1949, também de São Paulo.
Foi com Fanny Dupré que Helena estudou o haicai.
Trocavam cartas, indicações de leitura, e é provável que Fanny tenha visitado Curitiba nesse período, cujo registro se pode ler no haicai da página 89 do Pétalas ao Vento:

"Pinheirais augustos.
Curitiba. Paraná...
Vestidos de verde".

No livro há também um haicai dedicado a Helena, pág. 45:

"À Helena Kolody
Vastos pinheirais!
É clara noite de lua...
Mais abaixo, o mar!"

Na entrevista do MIS,5 pág. 31, Helena afirma: "Em 41 já publicava, por causa da correspondência com uma poetisa paulista chamada Fanny Dupré; foi através dela, uma das pioneiras do hai-kai, ainda agora eu recebi carta dela de São Paulo [1989 - Fanny faleceu em 1996]. Então, já no primeiro livro eu fiz hai-kai, porque tinha aprendido com ela..."
Na entrevista da Biblioteca,4 pág. 27, Helena acrescenta mais um dado:
"Foi através do Jornal de Letras e da correspondência com a poetisa paulista Fanny Dupré que tive conhecimento dessa miniatura japonesa que é o hai-kai" (Revisei todos os números do Jornal de Letras da época e não encontrei nenhuma matéria sobre haicai ou poemas deste tipo publicados.
O que me leva a crer que o primeiro contato com o aprendizado do haicai, Helena teve mesmo foi com a poetisa paulista).
Através de Fanny, Helena estava ligada ao seleto grupo dos iniciadores do haicai no Brasil, em língua portuguesa.

A palavra é uma vivência pessoal

Algumas frases ditas por Helena na entrevista da Biblioteca,4 as quais nos dão uma idéia do seu fazer poético:

"Quando menos espero, e nas ocasiões mais imprevistas, começo a sonhar palavras".

"Na hora, invade-me a indizível alegria de criar".

"É verdade que, no fundo, todo poeta é autor e leitor de seu poema. É autor na hora da inspiração, quando entra "em estado de poesia." (...) No momento da inspiração, somos autores. Depois, o poeta lê o poema, avalia a composição, corta, acrescenta, substitui vocábulos. É a fase do leitor".

"O poeta, a princípio, escreve para si mesmo, entrega-se ao prazer de criar; depois, quer alcançar o leitor. Sem isso, a poesia deixa de ser comunicação".

"Há dois tipos de temas em minha poesia: os que refletem meu próprio Eu, confessionais, e os que mostram minha preocupação com os outros e com os problemas do mundo, ou seja, temas do eu íntimo e do eu social. Uso muito imagens, metáforas, símbolos tirados da paisagem. Sou uma enamorada da beleza do mundo que me cerca".

"Creio que há sugestões plásticas em meus versos. Uma amiga pintora disse que meus poemas poderiam ser pintados".

"Embora não pareça, o verso moderno é muito mais sutil e mais difícil do que o tradicional".

"Como recursos estilísticos, uso muito aliterações, anáforas e outros recursos fonéticos".

"Há um elemento lúdico no fazer poético, uma emoção de prazer, como em qualquer jogo. É um jogo fascinante, feito com palavras".

"Creio que uma das características do poeta é essa paixão pela palavra e pela leitura. A leitura amplia nossos horizontes, enriquece nossa arte. É preciso ler, ler e ler".

"A sensibilidade do poeta é como a da harpa eólica que os gregos penduravam nas árvores, e que vibrava com o menor sopro de vento. Ele vibra intensamente, não só com as próprias emoções; capta, com o radar da imaginação, o sentir do outro, o viver do outro. Esse ver os outros com os olhos da imaginação é, também, um dom do poeta; nem sempre é a sua própria experiência que ele expressa em versos. Incorporamos em nossa vivência as vivências alheias que nos atingem, nos alegram, ou nos fazem sofrer".
E, perguntada sobre como escreveu o haicai Pereira em Flor, esclareceu:
"As impressões que me atingem vão se acumulando em meu inconsciente e elaborando uma espécie de húmus, no qual se misturam impressões de muitos tempos; desse húmus brota o poema, impregnado de minha própria personalidade".4 E mais adiante, diz: "Junto com a alegria de criar, existe a agonia de perseguir o inatingível.

"persigo um pássaro
e alcanço apenas
no muro
a sombra de um vôo".

Seu amor pela poesia japonesa a fez publicar no melhor jornal de literatura que se fez no Paraná, o Nicolau, quatro tankas (poema de cinco versos: 5-7-5-7-7), até então inéditos, em dezembro de 1992; cito duas:21

Pirilampejo

O sapo engoliu
a estrelinha que piscava
no escuro do brejo.
Ficou mais sombria a noite
sem o seu pirilampejo.

Aquarela

Sol de primavera.
Céu azul, jardim em flor.
Risos de crianças.
Na pauta dos fios elétricos,
uma escala de andorinhas.

Em 1993, a Fundação Cultural de Curitiba publicou Reika,22 com 28 poemas (19 haicais e 9 tankas), numa edição artística limitada. Mais tarde, em 1996, a Secretaria da Cultura do Paraná, republica as mesmas tankas inclusas no livro Caixinha de Música.
Destaco duas:

Sabedoria

Tudo o tempo leva...
A própria vida não dura.
Com sabedoria,
colhe a alegria de agora
para a saudade futura.

Inverno

No céu de cristal
cintila o sol sem calor.
Sopra um vento frio.
Tiritam árvores nuas
nos campos que a geada veste.

Senryu
O senryu tem a mesma forma do haicai (três versos de 5-7-5) mas trata de temas unicamente humanos, sempre em tom irônico, satírico, humorístico.
É provável que Helena não tenha se dado conta de que fez alguns graciosos senryu.
 Aponto-os, entretanto, apenas baseado no fato de haver autores (mesmo entre os japoneses) que não diferenciam o senryu do haiku, incluindo aqueles entre estes.
Vejamos:

Saldo

Na página adolescente
deste mundo em flor,
sou um saldo anterior.

Vigilância

O que vigia e reprime,
passa por baixo do pano
e salta na arena do circo...

Epigrama

No círculo esotérico
dos novíssimos,
múmia não tem vez.

Idade

A morte desgoverna a vida.
Hoje sou mais velha
que meu pai.

Último

Vôo solitário
na fímbria da noite
em busca do pouso distante.

Aplauso

Corrida no parque
O menino inválido
Aplaude os atletas.

Alegria

Trêmula gota de orvalho
presa na teia de aranha,
rebrilhando como estrela.

Flecha de sol

A flecha de sol
pinta estrelas na vidraça.
Despede-se o dia.

Ipês floridos

Festa das lanternas!
Os ipês se iluminaram
de globos de cor-de-ouro.
Qual?

Damos nomes aos astros...
Qual será nosso nome
nas estrelas distantes?

Poesia mínima

Pintou estrelas no muro
e teve o céu
ao alcance das mãos.








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